Ela é o dia seguinte de ação de graças, que é uma data comemorativa por lá, aonde os norte americanos realizam almoço para reunião da família e reflexão religiosa. O comércio varejista realiza inúmeras promoções em massa.
Ou seja, coloca-se a loja toda em promoção, tanto no comércio físico, como pela internet. Essa estratégia foi a forma encontrada para os comerciantes renovarem seus estoques para as vendas de Natal. Lá, os descontos chegam até 70% de desconto pelo preço de etiqueta. E como não poderia deixar de ser, aqui no Brasil, apesar de não termos em nosso calendário o dia de ação de graças, o Black Friday também é copiado pelo comércio varejista. Tanto nas lojas físicas quanto na internet, essas lojas lançam na penúltima sexta-feira, 23, as promoções. Já não é de hoje que nos Estados Unidos os preços são bem mais atraentes do que aqui no país tupiniquim.
Daí você se pergunta qual a vantagem, diferença entre a Black Friday de lá e a daqui? Digo que existe muita diferença, caro leitor. Lá, os descontos realmente são honestos. Ou seja, é perceptível o preço normal do preço praticado no Black Friday. Os descontos são reais. Ao passo no Brasil, algumas lojas utilizam todo o marketing e propaganda sobre a Black Friday como armadilha para enganar o consumidor. A estratégia é de aumentar consideravelmente os preços dos produtos, dias antes dessa mega promoção. Daí, no dia tão esperado, aplica os descontos milagrosos.
Mas na verdade, o desconto não existe, houve uma maquiagem do preço. Essa prática é condenada aos olhos do Código de Defesa do Consumidor. Digo isso, pois, induz o consumidor ao erro, cria uma expectativa de bom negócio, mas na verdade acaba por realizar uma frustração. O problema é o prejuízo também das lojas que realmente pratica descontos honestos, vindo a tornar a Black Friday, uma oportunidade de bom negócio somente para algumas empresas do comércio varejista. Mas o que fazer contra isso?
Basta você pesquisar os preços dos produtos o qual pretende comprar no dia tão esperado. Imprima os preços, guarde o folheto, tablóide ou fotografe o preço qual é praticado. E no dia da Black Friday faça a comparação. Caso realmente você verificou se houve uma prática abusiva, denuncie no Procon, pois, no atual cenário, apesar da economia brasileira não estar lá nos melhores tempos, não há justificativa suficiente em ter um aumento tão expressivo assim.
Se a loja praticar isso, caracteriza uma propaganda enganosa. E isso forçará a loja a vender o produto ao preço dias antes praticado e aplicar o desconto milagroso. Sem contar, dependendo da situação, gera o dever de indenizar o consumidor moralmente também, pela prática de tentar induzí-lo a erro. Também não acredite em promessas verbais. Quando não está escrito, não vale como prova. Não compre pela emoção! Tenha calma. Pesquise antes. Comprar no impulso, somente vai te trazer arrependimento. E isso custará caro, pois, a conta deverá ser paga. Antes da compra, é importante os questionamentos: preciso realmente disso? Vou conseguir pagar? Qual a necessidade dessa compra na minha vida? E sempre evite gastar dinheiro no impulso. Pense com o bolso e não com o coração.
Boas compras!
Plauto Holtz, Advogado, Presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB Sorocaba/SP, Conselheiro do PROCON Sorocaba/SP.